Oi! Tudo bem? Acho que todo mundo que já leu alguma crônica minha sabe que eu gosto de conversar com quem tá aí desse lado da tela. Talvez esse seja o último texto de 2021 da Sabiá, mas vamos sem melancolia, só papo mesmo.
Acho engraçado como a roda da vida gira, sabe? Desde quando nascemos e vamos para o berço, tendo cada detalhe pífio como uma grande novidade. Onde os problemas giram e pairam por todo ar, e achamos que uma colher transmutada em avião é a coisa mais interessante do mundo.
A grande roda segue girando e colocamos tudo que queremos e sonhamos em aquarela e massinha, pouco ligando em como a inflação ou a taxa selic se modela. Mais um pouco e nos tornamos revoltados e críticos, debatendo sobre os arrotos de senadores e deputados com o feijão
do povo.
Ah, a revolta que falei… Todo mundo tem sua fase de rockeiro, né? Botar Nirvana no talo e bater cabeça no quarto. A gente sabe que nessa hora o único arroto que importa é o da cerveja quente e barata que você comprou na esquina com medo que pedissem sua identidade.
Nunca me considerei pessimista ou otimista. Honestamente, entre o copo meio cheio ou meio vazio, prefiro matar minha sede com a água ou o whisky barato que tem nele. Sei lá… Só sei que é bom estar com quem se ama, sabe? Ouvir um som no talo (olha que nem curto música alta) e pular fora do ritmo, fazer um almoço quase sem tempero e sentar na mesa (prefiro risadas a cominho), fincar nos meus acordes todo meu afeto e estourar os pulmões cantando qualquer música de Tierry desafinado. Bom dormir com alguém no colchão, bom deitar na grama e sentir o cheiro de chuva, até quando você dorme sem lençol e passa frio… Ok, aí não é tão bom, mas
tem seu valor.
O mundo sempre vai ter suas mazelas, mas quanto mais diluímos na aquarela (do seu jeito mesmo! Cante, grite, beije), nós giramos a roda da vida para onde a gente precisa: infância, revolta ou aquele coroa ranzinza que mora dentro da gente. Vamos viver igual Black Alien diz:
“Em sol maior”.