Quem nunca ouviu um colega ou parente justificar sua organização ou higiene dizendo: “Eu tenho TOC.”
Ter TOC não é só sobre ser um pessoa organizada ou metódica, o TOC não é uma brincadeira. O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é extremamente desgastante e nocivo para lidar no cotidiano. Imaginem ter pensamentos ruins constantes, como acreditar que fracassará em uma prova importante, que irá perder um familiar, ou terá problemas em um relacionamento. São esses alguns dos pensamentos perturbadores que rodam a mente de uma pessoa com TOC. A solução para essas perturbações geralmente se encontra em uma série de rituais sem sentidos, como, por exemplo: ascender e apagar as luzes um número determinado de vezes antes de se deitar para poder dormir com a mente “vazia”; subir e descer escadas sem pisar em degraus específicos para evitar algum fracasso; escovar os dentes pelo menos três vezes seguidas para que nada de mal acontece para um familiar.
Ter que conviver com essas compulsões e obsessões é por vezes insuportável, por isso em meio a uma noite de crises escrevi esse poema falando um pouco da minha experiência com esse transtorno que me acompanha há muito tempo.
Toque! TOC… Pelo toque do TOC Medo na obsessão, Repetida a solução, Mas ele não provoque Pois, o toque do TOC Dilacera a razão, Estimula a compulsão, Se debate no choque. Num ritual desvairado Qual a lua sublinha, Até a alma definha. Do pobre ser tocado Que a vida caminha Para fora dessa linha.