Há seis meses, perdemos uma parte de nós. Um alicerce, um pilar tão bem construído que só se percebeu o tamanho real da sua importância após ele quebrar em milhares de pedaços.
Em janeiro, perdemos nossa amiga, Maria Clara.
Desde então, às vezes leio reportagens, assisto filmes ou passo por alguma situação da qual a minha resposta mental automática ainda é “preciso contar isso a Maria Clara”. E o que mais dói não é o pensamento, e sim os momentos de euforia onde abro o celular, procuro seu contato animada e lembro do que aconteceu.
Aconteceram tantas coisas das quais ela ficaria orgulhosa, mas muitas das quais ela ficaria irritada. O propósito de vida de Clarinha era ajudar mulheres, então com todas as desgraças que aconteceram conosco recentemente, ela ficaria certamente chateada.
Ainda sim, todas às vezes das quais eu, ou outras mulheres da revista, reportamos sobre esses acontecimentos, não me deixo de lembrar dela. E pensar que precisamos resistir, não só por ela, mas tantas outras que nos deixaram.
O mais estranho, no fim, é pensar que ela não estará aqui para comemorar ou reclamar das vitórias e fracassos que acontecem ao longo da vida. Existem vezes que apenas a palavra de uma pessoa específica pode nos confortar.
A vida continua, enquanto alguns momentos nela continuam parados no tempo. E está tudo bem.