Projetado para vencer a disputa do governo do estado da Bahia ainda no primeiro turno, ACM Neto (União Brasil) declarou R$41 milhões de reais em bens ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) este ano. Segundo apuração, o patrimônio do candidato aumentou cerca de R$3,4 milhões por ano desde seu primeiro mandato como prefeito da capital Salvador, em 2016.

Análises também indicam que houve uma expansão de patrimônio em 16 vezes desde 2006, sua primeira corrida para deputado federal. Estima-se que esse crescimento, de 50 vezes em dezesseis anos, fez ACM Neto acumular um total de R$41 milhões em 2022. Confira a lista completa de declarações ao final da reportagem.

Houve um aumento de R$14 milhões em seu patrimônio entre seus mandatos consecutivos para a prefeitura de Salvador entre 2012 e 2016. Sua última gestão acabou em 2020, dando lugar ao seu vice-prefeito, Bruno Reis. Desde a última declaração de bens de ACM Neto, em 2016, houve um outro aumento de R$13 milhões, o que equivale a cerca de R$3,4 milhões por ano.

Segundo apuração, cerca de 30% dos bens declarados esse ano se enquadram na categoria “outros bens e direitos”, uma categoria ampla de declaração de renda que pode categorizar desde bens pessoais, como joias, até patrimônios como residências ou sítios. O valor somado contabiliza mais de R$13 milhões.

Em participações societárias, o candidato tem mais R$11 milhões somados. Além dos bens categorizados como “outros”, destaca-se também um apartamento com valor declarado em R$7,8 milhões.

O ex-prefeito de Salvador tem 53,1% das intenções de voto entre os eleitores da Bahia, segundo dados do instituto Paraná Pesquisas publicados na última terça-feira (16). A pesquisa também aponta que o político tem o menor índice de rejeição entre os entrevistados. Ao todo, 24,8% dos eleitores falaram que não votariam nele sob nenhuma hipótese.

Apesar de buscar tentar se afastar da polarização entre partidos na disputa presidencial, chegando a afirmar querer “Lula e Bolsonaro fora da eleição” baiana, ACM Neto terá um candidato bolsonarista ao Senado.

O político é famoso por ser neto de Antônio Carlos Magalhães, influente político baiano. Favorável ao golpe militar do presidente João Goulart em 1964, ingressou no ARENA, partido do regime, sendo reeleito como deputado federal em 1966. Um ano depois, foi nomeado prefeito de Salvador pelo então governador, renunciando para concorrer ao governo da Bahia. Eleito por via indireta, governou o Estado durante o período do falso “milagre econômico”, em 1971, e atuou como governador por 3 mandatos.