Graças a uma espetacular falência múltipla de órgãos, morreu na madrugada desta quarta-feira, 17, Major curió – velhaco misógino, anticachaça e dono de um revólver que cantarolava Wagner. Enquanto os milicos tinham a esquerda como grande adversária, Curió preferiu declarar inimigos 50% + 1 da população Brasileira; o presente obituário faz, portanto, um sincero elogio à determinação de Curió – que, já decrépito, realizou um dos maiores sonhos de qualquer pilantra vivo em 2022: ser recebido no Planalto pelo presidente Jailson Bolsonario.
Além do povo e da cachaça, como dito acima, Curió também era inimigo da felicidade e do bom senso, já que o tráfico de drogas operado por homens de farda nunca foi um problema para ele. Em entrevista a Ibrahim Sued, grande colunista social, Curió disse que “o maior prejuízo de se cheirar cocaína é ver um cargo no Congresso caindo no seu colo”, e que “eu não cheiro cocaína, mas veja bem: não tenho nada contra quem cheira! Até tenho amigos que cheiram”.
O grandessíssimo safado em questão ainda foi o responsável designado pela Ditadura para reprimir (massacrar) a Guerrilha do Araguaia (onde empilhou 41 corpos) e, posteriormente, para “comandar” (como se aquilo tivesse qualquer tipo de comando) Serra Pelada, tornando-se a única autoridade civil e militar no local.
Antes de morrer, porém, ainda se elegeu Deputado Federal pelo Pará em 1982 e prefeito de Curionópolis (PA) em 2000, provando que matar pobre ainda dá direito a uma certidão criminal negativa no Brasil.